Se a tristeza é a essência da nossa alma, premeie-se o fado. Plena crise, Portugal de pantanas, a auto-estima lusa de rastos, e lá vem o galardão da Unesco legitimar a alma lusa. Um prémio sem importância, claro. Património Mundial, como centenas de outras tradições de que ninguém ouviu ou vai ouvir falar. O ego do país encheu-se de empáfia ventosa, e durante algumas semanas toda a gente preferiu esquecer a crise, as tristes e ledas madrugadas do nosso descontentamento troikiano. Agora, já ninguém se lembra. Mas continuamos a curtir a depressão, a gastar o tempo a lamentar o mal que apenas nós poderemos erradicar. A tristeza portuguesa é o mais lamentável fado que escolhemos. Uma forma de impotência pouca disfarçada, uma desistência. Derrota repartida por um povo, como a sardinha partilhada durante o tempo da fome pelos nossos pais e avós. Abdicação, como em Fernando Pessoa.
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